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Alcançar o ponto de chegada é o objetivo de quem se dispõe a caminhar, mas, uma vez lá, é hora de transformá-lo em novo ponto de partida e seguir caminhando. Comemorar resultados, criar novas metas, fazer dos riscos, oportunidades, dar mais um passo com o entusiasmo do primeiro, mas com a segurança do penúltimo, porque, para quem quer ser melhor e ir adiante, não existe o último passo.

 

CONJUNTURA ECONÔMICA

A economia brasileira após iniciar o ano de 2011, ainda influenciada pelo forte crescimento do ano anterior, teve o seu ritmo reduzido ao longo do período e encerrou o ano com um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,7% e uma inflação de 6,5% medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Essa desaceleração do crescimento se deu por conta de políticas macroprudenciais adotadas pelo Governo Federal desde o final do ano de 2010, associadas à elevação da taxa básica de juros por parte do Banco Central no primeiro semestre de 2011, com vistas a controlar um superaquecimento da economia e ao não cumprimento das metas de inflação. A partir de agosto, com o acirramento dos problemas econômicos internacionais, sobretudo na Zona do Euro e com a desaceleração observada no crescimento interno, o Banco Central iniciou um novo ciclo de redução na taxa básica de juros que encerrou o ano em 11,0% a.a.

O desempenho da economia brasileira em 2012 será influenciado pelas incertezas da economia global. No entanto, será estimulado pelas políticas macroeconômicas adotadas pelo governo, principalmente a redução da taxa de juros.

O setor de saneamento em 2012 continuará gerando oportunidades e demandando maciços investimentos e a COPASA planeja a continuidade de sua política de expansão e melhoria da prestação de serviços à sociedade.


DESEMPENHO FINANCEIRO DA CONTROLADORA

Receitas

A receita operacional líquida de água e esgoto da controladora atingiu R$ 2.509,6 milhões em 2011, um crescimento de 8,6% sobre os R$ 2.311,2 milhões registrados em 2010. Essa elevação pode ser explicada pelo incremento da prestação de serviços, resultado do esforço da COPASA em aumentar a cobertura dos serviços no Estado de Minas Gerais; em virtude do reajuste tarifário de 7,02% autorizado pela Agência Reguladora, cujo impacto foi percebido integralmente a partir do final de maio de 2011; e devido à mudança do percentual de cobrança da tarifa de esgoto, em função do início de operação das Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs), em diversos municípios ao longo do ano.

A seguir, o quadro comparativo da receita operacional líquida de água e esgoto em 2011 e 2010:

Conforme pode ser verificado, a evolução das receitas de água e esgoto aconteceu de forma distinta no período em análise. O aumento dos percentuais de cobrança da tarifa de esgoto de 40% para 45% da tarifa de água quando é feita apenas a coleta e de 60% para 75% quando o esgoto é tratado, contrabalançado pela redução da tarifa de água, resultou em expressivo crescimento da receita de esgoto comparativamente àquela obtida com os serviços de água.


Custos e Despesas

O somatório dos custos dos serviços prestados, das despesas administrativas e das despesas comerciais, totalizaram R$ 1.754,3 milhões no exercício de 2011, contra R$ 1.630,9 milhões registrados no exercício de 2010. Se as depreciações e amortizações forem desconsideradas, a elevação dos custos e despesas foi de 6,5%. A tabela a seguir mostra, de forma detalhada, os custos da Companhia em 2011 e 2010:

Os itens que mais contribuíram para a elevação dos custos da COPASA no ano de 2011, em comparação com 2010, foram:

  • Pessoal: elevação de 10,8%, devido, principalmente, ao Acordo Coletivo da categoria assinado em julho de 2011 e retroativo a 1º de maio de 2011, que é a data base da Companhia;
  • Depreciações e amortizações: elevação de 13,2% em decorrência do início de depreciação/amortização de ativos com incorporação de bens patrimoniais e obras encerradas ao longo do período comparativo.

Por outro lado, foi registrada uma redução no Item Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa, em função da mudança, em 2010, da forma de contabilização de juros e correção monetária das faturas dos clientes inadimplentes. Além disso, houve uma elevação de 40,8% nos créditos tributários devido à incorporação de bens patrimoniais e ao encerramento de obras a partir de dezembro de 2010 e que passaram a ser depreciados/amortizados a partir de janeiro de 2011.


Receita e Custos de Construção

De acordo com o pronunciamento de nº 17 do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), a Companhia registrou receita de construção no valor de R$ 701,3 milhões (R$ 915,5 milhões em 2010), tendo como contrapartida custos de construção no valor de R$ 687,3 milhões (R$ 893,6 milhões em 2010), perfazendo assim uma receita de construção líquida de R$ 14,0 milhões contra R$ 21,9 milhões no ano anterior. A queda nos valores contabilizados deve-se à diminuição dos investimentos realizados pela Companhia em 2011.

Tendo em vista que o resultado líquido das receitas de construção não apresenta efeito caixa, a Companhia não o considera no cálculo do EBITDA, pois entende que tal valor representa apenas um ganho econômico. Entretanto, sua contabilização gera implicações no exercício em que é reconhecida, uma vez que seu resultado líquido faz parte da base de cálculo para o pagamento dos juros sobre o capital próprio/dividendos e da participação dos empregados nos lucros.

A seguir, quadro comparativo da receita de construção nos dois últimos exercícios:


Outras Receitas (Despesas) Operacionais

A base comparativa ficou prejudicada, visto que em 2010 foi contabilizado, como reversão de provisão não dedutível, o montante de R$ 313,1 milhões. Tal contabilização é decorrente da reversão da provisão do passivo atuarial líquido, resultante da estratégia previdencial da Companhia que consistiu, naquele ano, no fechamento do Plano de Benefícios Definidos, e a criação dos Planos COPASA Saldado e COPASA Contribuição Definida (CD). (GRI 3.10)


Resultado Operacional da Companhia

Em relação ao resultado operacional, a COPASA apresentou, em 2011, elevação das receitas de água e esgoto em 8,6% enquanto os custos dos serviços prestados adicionados das despesas comerciais e administrativas (excluindo-se as depreciações e amortizações) apresentaram elevação de 6,5%. No mesmo período comparativo, as outras receitas operacionais (despesas) líquidas apresentaram redução de 94,9% devido à reversão extraordinária da provisão do passivo atuarial líquido ocorrida em 2010. Essa reversão prejudica a comparação do EBITDA de 2011 com o ano anterior.

*A Companhia não considera as receitas (custos) de construção no cálculo do EBITDA, tendo em vista que esse resultado líquido não apresenta efeito caixa e representa apenas um ganho econômico.
**A margem EBITDA é calculada considerando-se o somatório da Receita Líquida de Serviços e as receitas das Subsidiárias que foram de R$ 17,1 milhões (2011) e R$ 12,1 milhões (2010).(GRI 3.9)

No entanto, se desconsiderarmos a reversão extraordinária da provisão do passivo atuarial líquido em 2010, o EBITDA ajustado seria:


Lucro Líquido e Rentabilidade

O lucro líquido da controladora apurado em 2011 foi de R$ 470,4 milhões, o que significou uma rentabilidade sobre o Patrimônio Líquido de 10,5%. A comparação com o ano anterior fica prejudicada por conta da reversão da provisão do passivo atuarial líquido de R$ 313,1 milhões, realizada em 2010. Entretanto, se excluíssemos essa reversão e seus reflexos no imposto de renda e na contribuição social sobre o lucro líquido, o resultado líquido ficaria estável nos períodos comparativos.


Remuneração aos acionistas

Em observância à Política de Dividendos aprovada pela Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária (AGO/E) realizada em 28 de abril de 2009, o Conselho de Administração da Companhia deliberou, para o exercício de 2011, distribuir os dividendos na forma de Juros sobre o Capital Próprio (JCP) no percentual de 35% (trinta e cinco por cento) do lucro líquido, ajustado pela diminuição ou acréscimo dos valores especificados nos incisos I, II e III do Artigo 202 da Lei 6.404/76. Esse percentual está acima do mínimo legal e estatutário.

Tais distribuições têm acontecido sob a forma de JCP, ad referendum da Assembleia Geral Ordinária, conforme previsto em seu Estatuto Social. Na realização da Assembleia Geral de Acionistas são ratificadas as distribuições referentes ao exercício. No quadro seguinte, as declarações de JCPs referente ao exercício de 2011.

Para o exercício de 2012, o Conselho de Administração aprovou a manutenção da distribuição de dividendos a título de JCP em 35% do lucro líquido, ajustado conforme Artigo 202 da Lei 6.404/76.

Em relação aos próximos exercícios, conforme definido na Política de Dividendos, caberá a definição ao Conselho de Administração, até o encerramento do primeiro trimestre de cada um dos exercícios, do percentual a ser distribuído aos acionistas. Tal definição acontecerá após a avaliação dos resultados da Companhia, suas perspectivas de investimento e o desempenho do Programa de Expansão de Mercado.

Esse percentual a ser proposto será de no máximo 50% do lucro líquido com distribuições trimestrais e pagamentos em até 60 dias após sua distribuição.


Endividamento

A Companhia encerrou o ano de 2011 com dívida bruta de R$ 2,96 bilhões, considerando os financiamentos e outras obrigações (Previminas e Cemig). Desse total, apenas R$ 55,8 milhões estão indexados ao dólar, sendo que a Companhia mantém uma caução, junto ao Banco do Brasil, no valor correspondente a R$ 35,2 milhões. Essa caução é corrigida por meio da aplicação da média dos preços dos bônus de Cupom Zero do Tesouro dos Estados Unidos da América e quitará a última parcela a vencer em 2024.

A dívida de curto prazo no encerramento do exercício era de R$ 575,0 milhões, sendo que a Companhia possuía R$ 241,5 milhões em caixa e em aplicações financeiras de curto prazo. Além disso, R$ 70,0 milhões dessa dívida são referentes às debêntures conversíveis em ações, cuja opção de conversão poderá ser exercida pelo BNDES até o final de maio de 2012.

Quanto à dívida líquida, o seu valor era de R$ 2,71 bilhões, sendo que a relação Dívida Líquida/EBITDA encontrava-se em 2,5 vezes.

A seguir, quadro com os saldos e principais características dos financiamentos em 31 de dezembro de 2011:

* Recursos FGTS: CEF, Bradesco, Itaú e Unibanco.
** As taxas de juros das notas promissórias equivalem a 102,5% do CDI.
*** Taxa média (Libor + Spread) de diversos bônus.

O cupom médio desses empréstimos e financiamentos é de 8,7% a.a. em 31 de desembro de 2011 (8,46% a.a. em 31 de dezembro de 2010), sendo que algumas linhas de financiamentos apresentam, ainda, seus respectivos saldos devedores atrelados a índices específicos, a saber: Recursos FGTS, Tesouro Nacional e CEF 5ª Emissão (TR), BDMG Somma e CEMIG (IGPM), BNDES 2ª Série da 4ª Emissão (IPCA), Previminas (INPC) e União Federal (dólar).


Financiamentos Negociados em 2011

Caixa Econômica Federal:

  • Foram celebrados contratos de financiamento totalizando R$ 19 milhões, entre março e agosto de 2011, cujo recurso destina-se à aquisição de máquinas retroescavadeiras e hidrômetros, no âmbito do Programa de Financiamento de Máquinas e Equipamentos (FINAME). O prazo de amortização da dívida é de 96 meses, sendo o período de carência de 24 meses. O custo financeiro varia de 5,5% a 8,7% a.a..
  • Em outubro de 2011, foi celebrado contrato de financiamento no valor de R$ 82 milhões, cujo recurso destina-se à implantação de redes coletoras de esgoto, interceptores, ligações domiciliares e execução de obras vinculadas à segurança do empreendimento (drenagem e pavimentação) nos municípios de Contagem e Belo Horizonte, que compõem a Bacia da Pampulha, com capacidade para beneficiar uma população estimada em 80 mil habitantes. Tal contrato está relacionado ao Programa Saneamento Para Todos.
  • Em novembro de 2011, foi celebrado contrato de financiamento no valor de R$ 12,3 milhões, cujo recurso destina-se a programas de ampliação do sistema de esgotamento sanitário do município de Santa Luzia. Tal contrato está relacionado ao Programa Saneamento Para Todos.

O prazo de amortização da dívida é de 240 meses, sendo o período de carência de 44 meses. O custo financeiro é de 7,3% a.a., acrescido da Taxa Referencial de Juros (TR).

  • Em outubro de 2011, foi celebrado contrato de financiamento no valor de R$ 63,5 milhões, cujo recurso destina-se à implantação de bacias de detenção ao longo do Córrego Ferrugem, nos municípios de Belo Horizonte e Contagem (1ª etapa), com capacidade para beneficiar uma população estimada em 8,5 mil habitantes, no âmbito do Programa Saneamento para Todos.

O prazo de amortização da dívida é de 240 meses, sendo o período de carência de 38 meses. O custo financeiro é de 7,3% a.a., acrescido da Taxa Referencial de Juros (TR).

  • Em novembro de 2011, foi celebrado contrato de financiamento, no valor de R$ 74,7 milhões, cujo recurso será utilizado em programas de ampliação dos sistemas de esgotamento sanitário, sendo R$ 34,9 milhões destinados ao Município de São Sebastião do Paraíso e R$ 39,8 milhões destinados ao Município de Cataguases.

O prazo de amortização da dívida é de 240 meses, sendo o período de carência de 36 meses. O custo financeiro é de 7,3% a.a., acrescido da Taxa Referencial de Juros (TR).


Caixa Econômica Federal – Debêntures/5ª Emissão (R$ 288,0 milhões)

Em 4 de agosto de 2011, a COPASA celebrou Instrumento Particular de Escritura da 5ª Emissão de Oferta Privada de Debêntures Simples, não conversíveis em ações, da Espécie em Garantia Real. Tal emissão é composta por 288 mil debêntures simples, com valor nominal unitário de R$ 1,0 mil, totalizando R$ 288,0 milhões, em série única. A emissão ocorreu em 20 de setembro de 2011, sendo que a subscrição e integralização ocorreram em 27 de outubro de 2011.
Os recursos decorrentes dessa emissão destinam-se à execução do Plano de Investimento da COPASA, o qual contempla a complementação das obras de implantação da Adutora de Integração Noroeste, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH); ampliação do Sistema de Esgotamento Sanitário da RMBH - Estação de Tratamento de Esgoto Arrudas; complementação das obras de implantação da Estação de Tratamento de Esgoto Central do Município de Betim; e complementação das obras do Sistema de Esgotamento Sanitário do Município de Contagem.


Banco KfW (€ 100,0 milhões)

Em 26 de novembro de 2011, foi assinado contrato de financiamento junto ao banco alemão Kreditanstalt fur Wiederanufbau - KfW, no montante de € 100,0 milhões. Tais recursos serão aplicados no Programa Despoluição da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba, especificamente em obras de construção de Estações de Tratamento de Esgoto, de tratamento de resíduos, aproveitamento energético de biogás, trabalhos técnicos socioambientais e em proteção de mananciais no âmbito da referida Bacia.
As principais condições do financiamento são:

  • período de carência: 3 anos;
  • prazo de amortização da dívida: 9 anos com pagamentos semestrais;
  • juros: 2,07% a.a.;
  • comissão de permanência: 0,25% sobre o valor ainda não liberado; e
  • taxa de administração: 0,5% sobre o valor do financiamento.

Em 31 de dezembro de 2011, a COPASA possuía financiamentos contratados junto ao Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) e Caixa Econômica Federal no valor de R$ 1,07 bilhão, que serão liberados e contabilizados à medida que forem sendo utilizados, assim como os recursos contratados junto ao KfW. Esses recursos serão utilizados no Programa de Investimentos da Companhia.

 

Investimentos

Os investimentos realizados em 2011 totalizaram R$ 682,9 milhões. Desse total, R$ 270,5 milhões foram investidos em sistemas de abastecimento de água, R$ 390,6 milhões foram destinados aos sistemas de coleta e tratamento de esgotos e os R$ 21,8 milhões restantes foram investidos em programas de desenvolvimento empresarial, bens de uso geral e outros.

Além dos recursos próprios, as principais fontes de recursos utilizadas para realizar os investimentos foram os empréstimos obtidos junto à Caixa Econômica Federal e ao BNDES.

Foram concluídas as obras do Sistema Produtor Rio das Velhas, que culminou no aumento da capacidade de produção de água e também as obras da Linha Azul, que interliga o Sistema Produtor Rio das Velhas ao Sistema Paraopeba, com o objetivo de garantir o abastecimento de água à população da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Além desses investimentos no sistema integrado de produção metropolitana, destacam-se outros destinados à expansão da capacidade de atendimento dos sistemas de abastecimento de água de diversas cidades do interior, tais como: Itamarandiba, Jaíba, Santa Bárbara e Teófilo Otoni.

Os investimentos nos sistemas de esgotamento sanitário referem-se, principalmente, àqueles destinados à despoluição da Bacia do Rio das Velhas e à implantação dos sistemas de esgotamento sanitário de Esmeraldas, Jaboticatubas e Jequitinhonha, às obras em andamento para construção de Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) em Pará de Minas, Patos de Minas, Santo Antonio do Monte e Teófilo Otoni; à ampliação dos sistemas de esgotamento sanitário de Esmeraldas, Pouso Alegre, Ribeirão das Neves, Santa Luzia e Santa Rita do Sapucaí.


MERCADO DE CAPITAIS

Estrutura Societária e Desempenho das Ações

A COPASA é listada no Novo Mercado da BM&FBOVESPA sob o ticker CSMG3, com ações negociadas desde fevereiro de 2006. O seu capital social é de R$ 2,64 bilhões, representados por 115.300.760 ações ordinárias, sendo que 53,1% pertencem ao Estado de Minas Gerais, 46,6% estão em circulação (free float) e o restante, 0,32% encontra-se em tesouraria, conforme quadro a seguir:

A Companhia possui ainda 1.096.047 debêntures conversíveis em 4.384.188 ações, cuja data limite de conversão de 50% desse montante é 31 de maio de 2012, e o restante, em 31 de maio de 2013. Caso os debenturistas optem pela conversão, o número de ações da Companhia se elevará para 119.684.948 ações e o capital social ficará inferior ao mínimo autorizado, que é de R$ 3,0 bilhões. Nesse caso, a participação acionária do acionista controlador passaria a representar 51,1% do capital social da Companhia.

Quanto ao desempenho, a cotação das ações, ajustada pelos Juros sobre o Capital Próprio/Dividendos, apresentou uma elevação de 23,3% no ano de 2011, sendo que, no mesmo período, o Ibovespa apresentou recuo de 18,1%. Em 31 de dezembro de 2011, a cotação unitária da ação era de R$ 33,40, sendo que o valor de mercado da Companhia atingiu R$ 3,84 bilhões. O gráfico comparativo a seguir mostra o desempenho das ações da COPASA comparativamente ao Ibovespa:

Outro ponto importante é a elevação da liquidez das ações da COPASA em 2011, comparativamente ao ano anterior. O volume médio diário de negociação foi de R$ 7,1 milhões, com uma média de 1.151 negócios por dia, estando presente em 100% dos pregões. Sua base era formada por cerca de 2.500 acionistas em 37 países.

Para fomentar a liquidez de suas ações, a Companhia conta com o BTG Pactual para exercer a função de formador de mercado.

As ações da COPASA fazem parte de importantes índices da BM&FBOVESPA, como o índice IBrX-Brasil (que lista as 100 ações mais líquidas da bolsa), o Índice de ações com Tag Along Diferenciado (ITAG), o Índice de Governança Corporativo Diferenciado (IGC), o Índice Small Caps (SMLL) e o Índice de Governança Corporativa Trade (IGCT).

Além disso, a COPASA foi novamente selecionada para integrar, a carteira teórica do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE BM&FBOVESPA) em 2012. A carteira agrega empresas que possuem forte compromisso com a sustentabilidade e a responsabilidade socioambiental.

 

DESEMPENHO OPERACIONAL E COMERCIAL

Dados de Atendimento
(GRI 2.8)

A população atendida com abastecimento de água no consolidado da Companhia, considerando a Controladora e a COPANOR, aumentou em 457 mil pessoas, um incremento de 3,5%, atingindo cerca de 13,6 milhões de habitantes no final de 2011. Esse desempenho resulta do crescimento da Controladora e da COPANOR no número de ligações, que apresentou acréscimo de 134 mil novas conexões de água.


COPASA – Consolidado¹
ATENDIMENTO COM ABASTECIMENTO DE ÁGUA

¹ Dados consolidados (inclui as localidades operadas pela subsidiária COPANOR).

(GRI 2.7)

Com relação aos sistemas de esgotamento sanitário, a expansão foi maior ainda, resultado do esforço empreendido para aumentar a cobertura desse serviço. O número de municípios operados passou de 159 em 2010 para 176 no ano de 2011, beneficiando uma população total de 8,3 milhões de habitantes, com incremento de 516 mil pessoas atendidas.

Esse atendimento é realizado por meio de 2,1 milhões de conexões de esgoto, representando um aumento de 156 mil ligações (8,0%) em relação ao ano de 2010. Dessas, cerca de 81 mil referem-se ao início de operação e faturamento de novas localidades. A rede coletora foi expandida em 1.791 km, totalizando mais de 18,1 mil km.

COPASA
ATENDIMENTO COM ESGOTAMENTO SANITÁRIO

(GRI 2.7)

Destaca-se, ainda, o avanço significativo do volume de esgoto tratado pela Companhia, que atingiu 182,2 bilhões de litros, com elevação de 16,0% em relação ao ano anterior, devido ao início de operação de oito novas Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) em diversas cidades do Estado de Minas Gerais, entre as quais se destacam: Araçuaí, Curvelo (Santo Antônio) e Itajubá (Sapucaí).

Em 2011, a expansão da Companhia elevou o volume faturado de água em 20,8 bilhões de litros (3,3%) e em 20,3 bilhões de litros (5,3%) o volume faturado de esgoto. A ampliação dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário nas localidades que já eram operadas, e o início de faturamento de sistemas de esgoto em novas localidades, como as sedes municipais de Cataguases, Pedra Azul, Perdões, São Sebastião do Paraíso e Sarzedo, contribuíram significativamente para esse crescimento.

O resultado alcançado em termos da produtividade do quadro de pessoal, a qual é medida pela relação empregados/1.000 ligações (água + esgoto) que passou de 2,12 empregados/1000 ligações em 2010, para 2,04 em 2011, devido, principalmente, ao crescimento verificado no número de ligações de esgoto.

O quadro a seguir apresenta, para o período indicado, o desempenho de alguns indicadores operacionais/comerciais:


COPASA – Consolidado
INDICADORES DE DESEMPENHO OPERACIONAL/COMERCIAL
(GRI 2.8)

¹ Consolidado (COPASA + COPANOR)
² Dados da Controladora
³ Média anual

O indicador Água não Convertida em Receita (ANCR), que representa a diferença entre o volume distribuído e o volume efetivamente consumido pelos usuários, devido basicamente às perdas reais de água decorrentes do rompimento de tubulações, furtos e imprecisões de medição, atingiu 230,6 l/lig/dia, em 2011, inferior aos 236,4 l/lig/dia realizado em 2010. 

Deve-se ressaltar que em relação a este indicador, um dos mais utilizados e mais importantes do setor, os resultados da Companhia vêm sendo referência para as companhias de saneamento de todo o país.

O índice de inadimplência total, que corresponde à relação entre o saldo de contas a receber e o valor total faturado, considerando dados acumulados desde janeiro de 1998, apresentou melhoria em 2011, atingindo 1,29%, sendo considerado um dos melhores do país e referência para as demais companhias que atuam no setor.

Os índices de inadimplência da Empresa vêm diminuindo de maneira constante nos últimos anos, como consequência de uma política comercial consistente, que tem entre seus pilares o desenvolvimento de ações eficientes de cobrança, e da política de negociação de débitos com grandes clientes, órgãos da administração pública.

 

PRINCIPAIS RISCOS E OPORTUNIDADES
(GRI 1.2; EC2)

A capacidade de identificar os riscos e capitalizar as oportunidades é essencial para garantir a sustentabilidade de uma empresa. No processo de elaboração do planejamento estratégico, são identificados e analisados os riscos empresariais que podem vir a afetar o funcionamento adequado da Companhia e seu desenvolvimento sustentável. Essa identificação possibilita uma atuação proativa da Empresa objetivando o tratamento desses riscos.

A COPASA dispõe de planos de ação contingenciais corporativos, que  preveem ações imediatas para situações como contaminação de mananciais, enchentes, epidemias e surtos, redução drástica de vazão de mananciais superficiais e subterrâneos, seca prolongada e vazamento de produtos químicos, entre outros. As eventuais ocorrências são analisadas em reuniões gerenciais, quando se determinam ações preventivas suficientes para evitarem-se reincidências.

A realização dessa prática está ligada a uma metodologia de comunicação de ocorrências relevantes à Diretoria Executiva, denominada SOS COPASA, programa para gerenciamento de crises que permite ações proativas na solução de possíveis ocorrências que possam afetar a imagem da Empresa.

Quanto às oportunidades, os pontos fortes listados a seguir garantem à COPASA condições de buscar novas possibilidades de atuação no setor, mitigando os riscos do seu negócio:


Situação financeira equilibrada

A geração de caixa consistente e a solidez financeira permitem à COPASA acessar fontes de financiamento em condições favoráveis para a implementação da sua estratégia de crescimento. Sua base de clientes é diversificada e pulverizada, com destaque para a parcela proveniente do consumo residencial, equivalente a 68% da receita, o que ajuda a reduzir a dependência ou exposição da Empresa a um determinado cliente ou grupo de clientes. Os dez maiores clientes respondem por apenas 6% da receita e os 50 maiores por apenas 8%.

Além disso, toda a receita de serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário está amparada por instrumentos formais de longo prazo, os contratos de concessão e contratos de programa.


Ganhos de escala e de escopo em função da capilaridade

Estudos indicam que a viabilidade no setor de saneamento decorre principalmente da escala operacional do negócio. A COPASA tem a oportunidade de otimizar seus custos pelos ganhos de escala decorrentes do grande número de concessões de água e, além disso, pelos ganhos de escopo decorrentes do fato de possuir duas concessões (água e esgoto) em um número significativo de municípios. A operação de resíduos sólidos poderá contribuir ainda mais para a ampliação dos ganhos, tanto de escala quanto de escopo.


Qualidade percebida pelos clientes

A COPASA cumpre os regulamentos da Portaria 2.914/11 do Ministério da Saúde, que estabelece os padrões de qualidade para os prestadores de serviços de saneamento. O cumprimento tem assegurado o reconhecimento dos clientes e da imprensa especializada, que pode ser medido por meio das pesquisas de satisfação e pela conquista de diversas premiações de reconhecimento nacional.


Baixa inadimplência

A COPASA possui um dos menores índices de inadimplência entre as companhias estaduais de saneamento do Brasil, consequência da eficiência de seu sistema de cobrança. Os índices de inadimplência vêm diminuindo de maneira constante nos últimos anos, tendo atingido 1,29% em 2011.


Disponibilidade de recursos hídricos outorgados, superior à necessidade atual.

A COPASA possui outorga para a utilização da água da maioria dos mananciais que são utilizados como fontes de recursos hídricos. Detém também a propriedade ou o direito de uso de quase todos os terrenos onde se encontram esses mananciais. Dessa forma, a Companhia consegue preservar a qualidade de grande parte de seus mananciais (fontes de recursos hídricos), evitando a invasão dos terrenos e o desmatamento das áreas próximas. A disponibilidade de recursos hídricos, combinada com a Política de Preservação Ambiental, tem permitido à COPASA evitar a implementação de políticas de racionamento ao longo de sua história.


Experiência técnica                     

O fato de a COPASA atuar há 49 anos em um Estado com características econômicas, sociais, climáticas, culturais e geográficas muito diversas permitiu o desenvolvimento de especialistas de engenharia e de gestão com amplo conhecimento do setor de saneamento. A Empresa também pratica assessoria técnica em outros estados e no exterior.


Referencial de excelência no setor

A infraestrutura empresarial adequada, o desempenho técnico operacional e o histórico da busca pela excelência resultou na conquista inédita da premiação no setor de saneamento, o Prêmio Nacional da Qualidade em Saneamento (PNQS), no qual a gestão da COPASA conquistou o Troféu Ouro - Rumo a Excelência (PNQS 2010) e o Troféu Platina, Nível III (PNQS 2011). 

 

PRINCIPAIS ESTRATÉGIAS
(GRI 4.11)


Em 2010/2011, o Projeto de Revisão do Planejamento Estratégico teve continuidade tendo como foco a revisão da estrutura organizacional da COPASA. Em relação a esse planejamento, destacam-se as seguintes políticas de gestão:

Praticar modelo de gestão orientado no planejamento estratégico, com foco na sustentabilidade do negócio

A COPASA estabeleceu o Modelo de Excelência da Gestão (MEG), proposto pela Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), como o modelo de gestão a ser praticado em toda a Empresa, por expressar conceitos gerenciais reconhecidos internacionalmente e que se traduzem em práticas realizadas em organizações consideradas de “classe mundial”. Para tanto, foi instituído o Projeto Estratégico Gestão Classe Mundial.


Identificar e avaliar oportunidades para efetivar novos negócios no Brasil e no exterior

A participação da COPASA em novos negócios ou novas parcerias segue as diretrizes preconizadas por sua Política de Novos Negócios: incrementar a atuação da Empresa no Brasil e no exterior; participar de eventos nacionais e internacionais que tenham perspectivas de novos negócios; promover a integração das unidades organizacionais envolvidas na viabilização de novos negócios; e implementar a modelagem mais adequada para a Empresa em cada novo negócio.


Estabelecer estratégias para atuação no mercado de resíduos sólidos

A COPASA instituiu a Política de Resíduos Sólidos, tendo como diretrizes: conhecer e avaliar o negócio e o mercado de resíduos sólidos; atuar individualmente ou em parceria com órgãos e entidades públicas e privadas; e assegurar a sustentabilidade econômica e ambiental na prestação de serviços de resíduos sólidos.


Estabelecer, promover e consolidar ações de responsabilidade social

As diretrizes da Política de Gestão da Responsabilidade Social são: assegurar que todas as ações de responsabilidade social contribuam para o desenvolvimento sustentável; avaliar sistematicamente as ações e práticas de responsabilidade social desenvolvidas na Empresa; atuar em parceria com órgãos e entidades públicas e privadas.

Entre as ferramentas de gestão utilizadas para monitorar sua atuação social, a COPASA realiza um diagnóstico das suas práticas de responsabilidade social utilizando-se dos Indicadores  Ethos de Responsabilidade Social. A Empresa responde o questionário e o resultado obtido, por meio do Relatório de Diagnóstico, emitido pelo Instituto Ethos, é utilizado para auferir o indicador estratégico Atuação com Responsabilidade Social (ARES).


Promover desenvolvimento, bem-estar, saúde, segurança e valorização dos empregados

A organização do trabalho na COPASA está retratada, corporativamente, nos cargos e detalhes no Plano de Carreiras, Cargos e Salários (PCCS), que define as políticas e procedimentos de administração funcional e salarial que norteiam a administração de recursos humanos da Empresa. Ao longo dos últimos anos, o PCCS vem recebendo melhorias e refinamentos que visam implementar novos desenhos de carreira, redefinir as suas políticas de crescimento profissional e atender às necessidades e expectativas da força de trabalho no que tange à motivação para o trabalho, saúde e segurança do trabalho, benefícios e comportamento ético.(Ver A Copasa e seus empregados).


Contribuir para a preservação do meio ambiente

A COPASA tem como compromisso e princípio fundamental o respeito e a preservação do meio ambiente e dos recursos hídricos, atuando de forma preventiva e educacional, nos termos da legislação vigente, visando a sustentabilidade ambiental, saúde e qualidade de vida da população.

 

PRINCIPAIS METAS E RESULTADOS

No processo de revisão do planejamento estratégico, foi constatada a necessidade de redefinir as metas para ampliação do seu mercado de atuação face ao novo cenário estabelecido para o ambiente de negócios, devido principalmente à Lei 11.445/07 e posteriormente o Decreto 7.217/10 que a regulamentou, estabelecendo diretrizes nacionais para o saneamento básico, alterando os procedimentos para a negociação de concessões, com a imposição de novos passos para o desenvolvimento do processo.

As metas para ampliação das concessões, segmentadas por prioridades e com alcances variáveis, foram redefinidas para o período de 2010 a 2013 conforme a seguir:


I- Ampliar as concessões de esgoto onde a Companhia já detém a concessão de água

Inicialmente eram 51 municípios, com população superior a 15 mil habitantes, tendo sido assinadas 20 concessões até 31 de dezembro de 2010. Restaram 31 concessões a assinar entre janeiro de 2011 e 2013.

Desse grupo, foram assinadas quatro concessões em 2011, perfazendo 390 mil habitantes. Quanto às demais, duas já estão com suas leis autorizativas votadas e 25 estão em processo de negociação.

Inicialmente eram 108 municípios, com população inferior a 15 mil habitantes, tendo sido assinadas 15 concessões até 31 de dezembro de 2010. Restaram 93 concessões a assinar entre janeiro de 2011 e 2013.

Desse grupo, foram assinadas quatro concessões em 2011, perfazendo 32 mil habitantes. Quanto às demais, 23 já estão com suas leis autorizativas votadas e 66 estão em processo de negociação.


II- Ampliar as concessões de água e esgoto

Inicialmente eram 33 municípios, com população superior a 15 mil habitantes, tendo sido assinadas duas concessões até 31 de dezembro de 2010. Restaram 31 concessões a assinar entre janeiro de 2011 e 2013, sendo que todas se encontram em negociação.


III – Estabelecer a cobrança da tarifa plena referente ao esgotamento sanitário nos municípios onde, por não serem tratados os esgotos, são praticados descontos sobre as respectivas tarifas

Com relação a essa meta, em 31 de dezembro de 2011, eram faturados os serviços de esgotamento sanitário em 187 localidades, sendo que a tarifa plena de esgotamento sanitário era praticada em 77 delas. Entre as 110 localidades nas quais não há cobrança da tarifa integral, 50 encontram-se com as estações de tratamento em obras, quatro estão em fase de licitação, 12 estão com o projeto pronto e uma está com projeto em fase de elaboração aguardando a realização de licitação para a construção das respectivas estações.


IV - Dar continuidade a diversas obras que fazem parte do Plano de Crescimento da Companhia

Para 2012, a COPASA pretende dar continuidade a importantes obras que fazem parte de seu Plano de Crescimento, destacando-se entre elas:

  • obras de expansão do Sistema Rio Manso que faz parte de um grande projeto em execução com o objetivo de aumentar a oferta de água tratada para diversos bairros da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH);
  • obras de ampliação da Estação de Tratamento de Esgoto do Córrego do Arrudas, na RMBH. A capacidade da estação está sendo ampliada de 2,25 para 3,37 m³/s;
  • obras de ampliação da Estação de Tratamento de Esgoto de Betim (ETE Betim Central);
  • obras de despoluição da bacia do Rio Paraopeba, com recursos financiados pelo Banco KfW, no montante de € 100 milhões, serão feitos investimentos em construção de sistemas de esgotamento sanitário, estações de tratamento de esgoto e ações de educação sanitária e ambiental;
  • obras de recuperação do Rio das Velhas, até 2015 serão investidos recursos em obras que irão contribuir para melhorar a qualidade das águas do Rio das Velhas.